As aulas de economia nos ensinam: “os recursos são sempre escassos”, sejam estes renováveis ou não. No nosso planeta os seres humanos já somam mais de 6 bilhões de indivíduos a exaurir os seus recursos minerais, vegetais e animais. O chamado “efeito estufa” ou “aquecimento global”, resultado dos gases provenientes da queima de combustíveis fósseis e das atividades econômicas de nossas maiores indústrias, já mostra a sua cara, alterando o clima em todos os continentes. Quem da minha geração imaginou que algum dia veríamos furacões extra-tropicais na região sul do país? Também o ciclo das chuvas se modificou e áreas antes com precipitações regulares e temperaturas amenas, agora são bombardeadas por tempestades de raios e ventos ou experimentam períodos prolongados de seca. Não é preciso ser um especialista em metereologia para concluir que algo necessita ser mudado, não podemos continuar a desperdiçar nossos recursos. Temos que encontrar maneiras de produzirmos mais com a mesma quantidade de insumos, senão com menos. Desta premissa depende o futuro econômico das empresas e, por conseguinte, da raça humana.
Sob essa ótica, grupos de técnicos de vários países têm buscado novas soluções, criando leis e normas técnicas e regulamentadoras que visam coibir práticas nefastas à sustentabilidade dos negócios. Neste sentido, encontra-se em discussão no âmbito da ISO (the International Organization for Standardization) a elaboração da norma ISO 50001 – Gerenciamento dos Sistemas de Energia. De maneira análoga às normas ISO 9001 e 14001, que versam sobre a Gestão pela Qualidade e a Gestão do Meio Ambiente, respectivamente, a norma ISO 50001 buscará através do comprometimento de toda a organização a sensibilização e a implantação de um sistema de gestão dos sistemas de energia presentes na empresa que permita otimizá-los de maneira contínua, avaliando seu desempenho e a eficiência de sua utilização.
No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT tem participado intensamente das discussões nos fóruns internacionais e pretende disponibilizar uma versão da norma ajustada à nossa realidade tão logo esta seja concluída. Em um futuro próximo, as empresas preocupadas com a sustentabilidade de suas atividades e com os impactos que estas causam no planeta disporão de uma nova orientação que lhes auxiliará a planejar, implementar, operar e controlar a utilização dos seus sistemas de energia de forma coesa e comprometida por toda a organização. Quanto às demais empresas, esperamos que, nos moldes do que foi observado após o lançamento das normas ISO 9001 e 14001, o ganhos de produtividade e competitividade de seus concorrentes que optaram por aplicar a ISO 50001, bem como o desenvolvimento de uma percepção diferenciada no seu mercado, leve-as, também, a adotar esta nova norma.