Em um mundo globalizado, onde a viabilidade econômica de um negócio está intrínsecamente relacionada com a capacidade das empresas de se reinventarem constantemente, fazendo mais e melhor com cada vez menos recursos e menores custos, o conceito da gestão eficiente deve permear todas as decisões tomadas, sejam estas de cunho operacional ou estratégico. Esta filosofia de pensamento deve ser um valor cultivado pela empresa junto aos seus colaboradores e incorporado ao seu dia-a-dia, revelando-se em uma cultura de zelo com a observância dos métodos, procedimentos e normas e, consequentemente, com a capacitação técnica de seus gestores e empregados. Uma gestão eficiente nasce, portanto, do planejamento e da observação, estes erigidos a partir de uma sólida e abrangente base de conhecimentos corporativos.
A Gestão Eficiente da Energia é, assim, um conjunto de ações planejadas e coordenadas, fruto da observação cotidiana da rotina corporativa, estas calcadas em alguns conhecimentos específicos, tais como as normas técnicas aplicáveis ou as regras contratuais e de faturamento estabelecidas junto à concessionária de energia. Empresas que têm a energia elétrica como um insumo ou despesa de peso em sua matriz de custos não podem prescindir de buscar um maior aprofundamento no conhecimento das normas, das regras e das leis aplicáveis ao seu suprimento, bem como devem buscar incessantemente como produzir mais consumindo menos ou pagando menos pelo que se consome.
Ao longo dos anos de experiência, em várias ocasiões, presenciei situações em que uma determinada empresa apresentava custos exorbitantes de consumo de energia elétrica apenas porque não possuía alguém capaz de compreender o que lhe era cobrado e questionar o que estava errado. Algumas dessas empresas estavam sendo penalizadas pela superação dos valores contratados com a concessionária, pois ao ampliar a sua capacidade produtiva esqueceram-se de solicitar a adequação de seus contratos com a antecedência necessária, outras apresentavam consumos anômalos da chamada “energia reativa[1]” porque não conheciam as regras e limites de consumo dessa energia. Outras tantas, após sucessivas alterações em seu regime e processos produtivos, permaneciam na mesma opção tarifária de quando iniciaram as suas atividades, sem se preocupar se aquela opção permanecia sendo a melhor alternativa para sua situação atual. Em todos os casos, o planejamento das ações e conhecimentos básicos das regras e opções contratuais resultariam em custos bem inferiores àqueles verificados.
Uma vez coberto o básico, uma empresa que pratica a Gestão Eficiente da Energia deve buscar dominar no detalhe as características de seus processos e as tecnologias de ponta em sua atividade. Em uma indústria isto significa conhecer o regime de funcionamento e de consumo de energia elétrica de cada uma das etapas de seu processo produtivo nas mais diversas condições de operação e, a partir deste conhecimento, replanejar todo o seu regime produtivo, adotando as melhores soluções tecnológicas, de sorte a obter um melhor desempenho em termos de custos de consumo da energia elétrica, sem com isso perder em produtividade.
[1] Parcela da energia elétrica consumida na magnetização dos campos elétricos nos enrolamentos de motores e transformadores e que, segundo a Física, por não serem transformadas em outro tipo de energia (térmica, luminosa, cinética, etc.) na unidade consumidora, não realizam trabalho, ou seja, não resultam em um produto final acabado.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
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